As circunstancias da vida levaram-me a reflectir no que me fez eu. Nunca fui musical, embora tenha no meu cadastro um rol de tentativas falhadas de encontrar um lugar quentinho abaixo desse sol, no entanto quando num exercício mental tentava agrupar a minha vida em momentos, a melhor maneira era compondo a sua banda sonora. Talvez por não ser musical as musicas ficaram mais tempo e sulcaram mais fundo esses períodos da minha vida.
Tudo começou na fase da inconsciência, pelo que não me lembro da primeira faixa do disco. Dizem os antigos que estava particularmente feliz com a musica do Areias, um camelo verdadeiro, dromedário de duas bossas e muito pelo, cantado às crianças pela voz de uma Susy Paula, possivelmente com sotaque brasileiro. Esse vinil de pequeno formato ainda existe, mas a musica é um pouco sofrível.
A segunda faixa reflecte a rebeldia da infância e as guitarras de plástico partidas enquanto “rockava” bem alto. A minha alegre casinha sim que justificava todos os xutos e pontapés, saltava e esbracejava nessa fase bem rock. Assim fui andando até que, como a adolescência, entrou rapidamente por mim adentro o Punk Moda Funk, a fase Ornatos crescia em idade, em vez de uma musica a minha vida já comportava uma banda, mais culto nas musicas do cão, mais ao centro com o capitão romance ou completamente fora com as musicas apócrifas encabeçadas pela 100 Lamurias por Gole.
Os “teens” assim passaram ao som da letra S, isso era a verdade e a vida e eu sabia tudo. Mas como sempre a verdade está um pouco ao lado, não era S, era T. e a Margarida Pinto cantou o Capitão Romance, arrumou a casa e eu fiz-me adulto. Fiz a paz com o passado, ouvi Portugal na voz de pessoa e os risos de criança no som de fundo. Ainda não sei qual é a próxima musica, mas também não quero saber.
maanantaina, maaliskuuta 31, 2008
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