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A Saudade é uma pincelada de magenta numa fotografia Kodak amarelada pelo tempo. É a arte gráfica no seu extremo, o poder de transformar fotografias, textos e ilustrações em símbolos quase heráldicos que contam o passado, o presente e o futuro.
Porque é uma forma de arte, a Saudade tem amigos artistas, sendo o mais excêntrico o Destino. Todos lhe fazem a vénia, os governos encomendam-lhe as obras do regime e o povo acomodado sabe que ele é O Artista. A Saudade sente-se bem na sombra do Destino, parece maior e mais soturna mas não necessariamente feliz. Decerto pensou algumas vezes em fazer amigos mais operários e discretos, daqueles para vida ou uma amiga de ocasião que lhe enche-se a alma cada vez que a visse e a esvaziasse no momento seguinte. A verdade é que quando a Saudade fez uma festa, parecia um funeral, com o Destino, sempre havia fado.
1 kommentti:
Obrigada! Beijo.
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